Os Excluídos do Reino analisa centenas de processos inquisitoriais que culminaram com a pena de degredo proveniente de Portugal e destinada ao Brasil nos séculos XVI e XVII. Este estudo trata dos excluídos do Reino português durante o período da colonização brasileira. Destacamos o papel do Santo Ofício e dos degredados inquisitoriais banidos no Brasil - prática de exclusão social utilizada como um dos mecanismos privilegiados do Tribunal da Fé. Quem eram estes condenados? Por que foram degredados? O banimento contribuía para o povoamento das terras brasileiras? Para responder a estas questões e muitas outras faz-se necessário analisar instituições e legislações relacionadas com o degredo; depois examinar os crimes e as histórias pessoais variadas e impiedosas dos condenados à deportação para o além-mar. Seus delitos são quase todos de natureza religiosa ou moral. Tocam a fé ou a sexualidade: cristãos-novos bígamos sodomitas padres sedutores feiticeiras visionárias blasfemadores impostores de todas as espécies. Para o Santo Ofício o degredo tinha um duplo papel: de uma parte funcionava como um mecanismo de defesa da ordem religiosa e social; e de outra parte representava um processo individual de purificação dos pecados cometidos. Crimes e pecados leis seculares e eclesiásticas se imbricam como telhas no mesmo teto. Não podemos portanto estudar o degredo inquisitorial sem levar em conta a dimensão penitencial das penas. A obra se ocupa enfim da história do império português que valeu-se de muita gente considerada desclassificada socialmente e que foi utilizada para o povoamento e colonização das colônias portuguesas de modo particular o Brasil. O nascimento do nosso país deveu muito aos banidos que aqui foram depositados.
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