O desamparo diante da inclinação à agressão, que habita nossa alma e que perturba nossas relações com o próximo, fisgou-nos pela escuta clínica de crianças e de adolescentes abduzidos de seus direitos humanos e transformados em objetos de prazer erótico de pais, padrastos, tios e avôs. No entanto, o hediondo peso do incesto vai muito além daquele provocado pelo abuso sexual, pois este impõe, também, uma quebra de referências dos vínculos de confiança na estrutura familiar, aprisionando o grupo envolvido em um complexo interjogo de negações psíquicas, que deixarão a vítima num estado de solidão e de impotência absoluta. Trata-se de uma violência invisibilizada, que desafia a nossa credulidade nos ideais de justiça social.
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